quinta-feira, 29 de março de 2018

Cinema & Afins #107 | Por Dentro do MCU: Fase 1



Nunca estivemos tão perto do lançamento de Vingadores: Guerra Infinita e para aumentar mais ainda o hype e também dar uma refrescada na memória de muitos, vamos postar, ao longo da próximas semanas, textos especiais, passando por todos esses 10 anos de MCU, numa série de filmes que finalmente irão culminar no maior crossover da história do cinema. 


Tudo começou no longínquo ano de 2008. Quando foi anunciado o filme solo do Homem de Ferro com a escalação de Robert Downey Jr. para viver o super-herói blindado Tony Stark, muitas dúvidas pairavam no ar. A Marvel estava a beira da falência e por isso havia vendido os direitos de muitos de seus personagens (X-Men, Quarteto Fantástico, Homem-Aranha...) para conseguir se reerguer e, quando finalmente parecia pronta para lançar um filme solo escolheu um herói que não era muito conhecido fora das páginas dos quadrinhos e um ator que apesar de talentoso, passou um período negro em sua vida, envolvido com drogas, o que causou burburinho.



Porém, não poderia haver surpresa maior quando o filme chegou aos cinemas. Robert Downey Jr. deu vida ao Stark definitivo dos cinemas, numa trama que apesar de beber de muitos recursos narrativos "batidos" se mostrou empolgante. Na trama, o bilionário Tony Stark é capturado por terroristas depois de realizar uma demonstração de armas no Iraque para o exército americano. Em seu cativeiro, constrói uma armadura de batalha, com a qual consegue escapar. No decorrer do filme, começa a aperfeiçoar sua armadura, enquanto esbarra num esquema.

Apesar de acreditar que as cenas de ações poderiam ter algo a mais, o longa abriu a tradição de sempre haver uma cena pós-créditos, esta por sinal, que já chegava mostrando o grande planejamento da Marvel para o futuro, ao introduzir Samuel L. Jackson como Nick Fury.

Ainda no mesmo ano, tivemos o filme do Incrível Hulk, com Edward Norton. Este filme fica um tanto deslocado no meio dos demais por alguns motivos. Ele parece uma tanto mais sério e sombrio, e devo admitir que prefiro este Gigante Esmeralda mais violento do que viria a aparecer posteriormente. Com cenas gravadas no Brasil, o filme tem seu clímax em Nova York, quando o Hulk enfrenta seu grande inimigos nos quadrinhos, O Abominável em um confronto devastador.



E como eu falei antes, este filme fica um tanto deslocado com que estava por vir. O primeiro fator é o fato do ator que interpretava Bruce Banner ser trocado. Edward Norton saiu após desentendimentos com a Marvel e quem viria a assumir seu lugar seria Mark Ruffalo. Outro motivo é a indecisão de admitir se este filme de fato aconteceu. Apesar de se pouco falar dele abertamente em outro filmes, alguns referências fazem com ele tenha de fato acontecido, mas que todos preferem que seja um coisa menor, uma mera nota de rodapé.

Seguindo a sequência de filmes da Fase 1 do MCU, tivemos então o lançamento de Homem de Ferro 2. Desta vez não era preciso mais apresentar tantos conceitos novos e sobrava mais espaço para a ação e novas armaduras. Na trama, Tony Stark está morrendo por envenenamento da própria substância que o mantêm vivo e energiza o reator em seu peito. Quase que aceitando sua morte, ele ainda precisa lidar com com o Chicote Negro, um engenheiro russo que foi capaz de replicar sua tecnologias e deseja matá-lo, por vingança.

Continuando, então o filme de Thor, que é de longe o mais fraco dessa fase e de muitas outras fases que ainda estariam por vir. A caracterização de Asgard é fraca, a trama previsível e onde deveríamos ver combates mais épicos, uma vez que os personagens são em sua grande maioria figuras mitológicas, praticamente divinas. Com uma pequena parcela do que poderia ter sido, o filme mostra a origem do Deus do Trovão de uma maneira apenas satisfatória, mas não em todos os quesitos que deveria, fazendo com que todos se familiarizem com o mesmo, mas ainda entregando uma história fraca.

Nos aproximando do fim da primeira fase, o último filme solo pertence ironicamente aquele que seria o primeiro vingador. Capitão América tem suas origens recontadas, com um filme que se passa quase que exclusivamente durante a década de 40, em plena Segunda Guerra Mundial. Steve Rogers é um rapaz franzino e adoentado do Brooklyn, que deseja defender seu país na guerra, porém é rejeitado em todos os testes de alistamento, por conta de sua saúde frágil, até que aceita a oportunidade de ingressar Projeto Renascimento, que o transforma no super soldado, que viria a ser conhecido como Capitão América.



O filme não é um marco, porém consegue ser contar muito bem a história que se propõe. Há apenas nuances do que viria a seguir e o que o Capitão América viria a se tornar no MCU, porém Chris Evans conseguiu firmar sua imagem como a do Sentinela da Liberdade das telonas, além de interagir com várias personagens que serviriam para referências futuras, em pequenas ou grandes escalas, como por exemplo, Howard Stark, pai de Tony Stark, O Homem de Ferro.



E finalmente, no ano de 2012, surgiu o primeiro projeto ambicioso do estúdio, ao lançar Vingadores, o filme em que reuniu em um super grupo todos os heróis anteriormente apresentados. Na trama, Loki, o meio-irmão e vilão do filme de Thor, retorna para conquistar a Terra, desta vez liderando um exército de alienígenas, forjando uma "aliança" com uma entidade poderosa e misteriosa.

Vingadores foi sem dúvidas um marco, algo nunca feito antes. Com a aparência de que havia saltado da página de quadrinhos, tomando liberdades onde era necessário (misturando universo 616 com Ultimate entre outras coisas) apresentou a união dos super-heróis mais poderosos da Terra, em sua primeira formação nos cinemas para deter Loki. Um fenômeno na época, Joss Whedon não teve a necessidade de apresentar muitas coisas, uma vez que cada herói já havia tido suas origens, então apenas os fez funcionarem juntos com um roteiro muito bem amarrado e que serviu, inclusive, para temos o gancho primoroso em sua primeira cena pós-créditos, que seria a apresentação de Thanos, o vilão que daria cor a maior trama de fundo e que ligaria todos filmes (inclusive os vindouros), preparando um terreno promissor para o que estaria por vir.

PARTE 2

Nenhum comentário:

Postar um comentário