segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Séries em Série #63 | Punho de Ferro - 2ª Temporada



O Imortal Punhos de Ferro, Protetor de K'un-Lun e Inimigo Declarado do Tentáculo, figurava a série mais fraca das temporadas pré Defensores e tinha o título, talvez unânime, de personagem mais chato da união dos heróis urbanos da Netflix, quando se uniram pela primeira vez. Logo, esta nova temporada tinha a missão de melhorar uma quantidade significativa de elementos.


Após os eventos de Defensores e sua participação na segunda temporada de Luke Cage, Danny Rand (Finn Jones) trava um embate contra as organizações criminosas de Chinatown, enquanto sua namorada, Colleen Wing (Jessica Henwick) tenta viver uma vida normal. Porém, além de lutar contra a Tríade, o portador do lendário punho também terá que enfrentar antigos aliados, que tramam em suas costas, enquanto nutrem ressentimentos. 

Em grande parte, a nova temporada só possui acertos. As muito criticadas cenas de luta da temporada anterior, agora receberam um upgrade inacreditável e se tornaram (como de fato deveriam ser) a melhor parte dos episódios, atingindo um grau bastante empolgante de se ver. Vale ressaltar inclusive, que quem protagoniza as melhores cenas, sequer é Danny Rand e sim Colleen, que ganha um foco maior nesta nova temporada, mas não só neste quesito. 



A nova temporada trabalha de maneira muito boa todos os seus personagens, afinal nem só de pancadaria se faz uma boa história de super-heróis. A escolha de que a temporada teria apenas 10 episódios se mostrou muito boa e deixou com que a história mais redonda e sucinta, mostrando tudo que deveria sem se repetir ou perder o valor de suas cenas por se alongar demais. Houve espaço também para o desenvolvimento de todos. Danny deixou de ser um garoto mimado cheio de raiva acumulada para se tornar uma figura mais responsável, enquanto Ward (Tom Pelphrey) continua brilhando em sua atuação e dando mais sabor a série, mostrando que há espaço para problemas mundanos em meio a poderes ancestrais, crime organizado e dragões. 

Porém, nem tudo são flores. Apesar das lutas melhor coreografadas, da história bem contada, dos vilões marcantes e de como isso casou muito bem, o final parece se atrapalhar e tropeçar em suas próprias pernas. Mudanças grandes se anunciam conforme nos aproximamos do décimo e último episódio. Elas podem causar desagrado e estranheza, mas na verdade tudo que fazem é plantar uma dúvida e uma aposta para o futuro. O grande problema da temporada, que apresentou um potencial incrível em toda sua jornada, está no que ela deixa para o final. Com uma passagem de tempo digna de novelas da esfera cromática, uma monte de explicações são deixadas para o final, encerrando com uma virada de mesa que poderíamos chamar de "maluca". Com efeitos duvidosos, elementos de uma história em quadrinhos famosa do Punhos de Ferro são inseridos, mas ao invés de criar expectativa para o que está por vir, surge uma decepção e um quebra de expectativa com um fator que destoa da trama contada até aquele ponto, mostrando que talvez as coisas não sejam tão boas como fomos levados a acreditar. 


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