segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Cinema & Afins #135 | BLEACH



As famosas adaptações de animes caminham lado a lado com as adaptações games para as telas de cinema e parecem sofrer de uma maldição de quase nunca darem certo. Embora possamos contar nos dedos algumas realmente boas neste quesito, algo que não podemos fazer com aquela baseadas em jogos eletrônicos, precisamos admitir que o universo das animações japonesas também é bastante difícil adaptar toda a magnitude e complexidade que suas obras podem alcançar.


Bleach é um dos animes e mangás mais famosos dos últimos tempos. Após a finalização de sua animação e posteriormente o fim de sua história completa no mangá (que não agradou muitas pessoas), não tardou muito para que tivéssemos um anúncio para um filme live-action, adaptando a história. E repito, sempre surge aquela pulga atrás da orelha de que teríamos algo realmente bom, que seja capaz de captar pelo menos uma parte da essência da história e que conseguirá mostrar algo interessante e não uma visão deturpada do que poderia ser.



Como no anime, seguimos a história de Kurosaki Ichigo (Sota Fukushi), um garoto que mora na cidade de Karakura e consegue ver fantasmas. Certa noite, entretanto, ele recebe a visita Kuchiki Rukia (Hana Sugisaki), uma shinigami, que nada mais é que uma ceifadora, cujo dever é encaminhar as almas boas para  Soul Society e exterminar os Hollows, almas que demoraram para serem purificadas ou morreram com grande mágoa, tornando-se assim espíritos agressivos que se alimentam de outras almas. Rukia, entretanto, acaba sendo ferida e decide transferir seus poderes para Ichigo, o transformando em um shinigami, possibilitando assim com que consiga salvar sua irmã de uma ataque de um hollow. O que Rukia não disse, é que tal ato era proibido, resultando com que outros shinigamis viessem lhe caçar enquanto estava enfraquecida e sem poder assumir sua forma espiritual novamente.

Vale lembrar também que animes possuem uma linguagem narrativa própria, numa misturas de lutas grandes e explosivas e um jeito único de contar história, com uma espécie de humor bastante característicos, que se encontra com perfeição nos traços animados. Bleach, por sua vez, consegue captar com bastante eficácia todo este clima. O humor, a ação e o sobrenatural não parecem estranhos vistos agora por esta nova ótica live-action, muito pelo contrário, se mostram bastante satisfatórios, soam exatamente como deveria ser: naturais.

É possível perceber também o esforço ao realizar os efeitos especiais, que se tornam muito convincentes, com todos os hollows e seus corpanzis gigantes. E claro, na caracterização dos personagens, com todos seus figurinos fieis e muito bem ajustados a trama. Um adendo especial, inclusive, ao cabelos de Ichigo, que se tornou algo muito agradável de ser ver e em momento nenhum parece ser falso ou uma peruca.

O filme adota uma abordagem para contar o primeiro arco do anime/manga bastante interessante e satisfatória. Com uma mistura de resolução do passado com os problemas que Rukia acaba se metendo ao transferir seus poderes para Ichigo, a trama é bastante fechada e reserva um combate destruidor seguido por um bastante empolgante no final, e apesar de deixar possibilidades para quem sabe sequências e arcos ainda mais épicos, ele consegue se fechar de maneira razoavelmente satisfatória, embora que por parte de Ichigo, não vemos algo tão grandioso ou algum grande poder. Isto é bastante fiel ao arco que se propôs adaptar, porém pode ser um pouco decepcionante, embora seja a melhor decisão a ter sido seguida, tornando  Bleach  uma boa adaptação. 

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