Quando falamos de Marvel nos cinemas é sucesso absoluto e também não há como negar que ela possui um grande domínio quando o assunto é séries, entretanto, assim como nos cinemas alguns erros aparecem ao longo do caminho, e não seria diferente neste formato. A primeira temporada de Luke Cage começou com um excelente nível de qualidade, mas se tornou massante após mais ou menos atingir seu sexto episódio. Este novo ano, após os eventos de Os Defensores, tinha uma missão (que Jéssica Jones não conseguiu cumprir com êxito) de melhorar aquilo que havíamos visto no primeiro ano.
De volta ao Harlem, o bairro sob a proteção do herói a prova de balas, vemos mais uma vez a rotina do protagonista enquanto tenta, junto de seus poderes, acabar com o crime. Porém, Mariah e Hernan, antagonistas que saíram impunes na última temporada crescem em poder e maquinações, enquanto uma figura que se chama de Bushmaster chega em busca de vingança, além de alguma forma ser capaz de fazer frente a Cage fisicamente. A vida do herói parece ruir, enquanto ele ainda precisa lidar com amizade, relacionamentos amorosos e família.
Esta nova temporada chama a atenção pelo foco que consegue dar em vários personagens. Luke Cage está em constante luta interna contra uma raiva que sente de tudo, Claire está confusa sobre os rumos que sua relação irá tomar com o herói, Mariah e Hernan vivem um amor duvidoso e repleto de desconfianças... E isto é apenas a ponta do iceberg. Outro ponto bastante forte, ainda na questão de personagens, é sem dúvida o vilão Busmaster, que possui proposito, personalidade forte e carrega consigo um perigo real para seus inimigos.
A trama ainda consegue trazer arcos pessoais muito bons para a Detetive Misty Knight e a nova personagem Tilda, além de fazer conexão com os eventos de Defensores, criando uma verdadeiro relação de que tudo acontece no mesmo "universo", temos menção a Matt Murdock, assim como participação de Coleen, Foggy e até Danny Rand, o Punhos de Ferro. Como se isso não fosse o bastante, ainda vemos evoluções de personagens, temos diálogos extremamente bem feitos e poderosos, além de cenas bastante densas.
Porém, temo que deva dizer, nem tudo são flores. A série sofre do mesmo problema de outras séries da Marvel/Netflix, a quantidade abusiva de episódios. 13 pode parecer bem pouco perto de outras séries com 22 a 24 episódios, mas eu lhe garanto que não é. Cada episódio de Luke Cage beira quase 1 hora de duração, alguns inclusive ultrapassam essa marca... Não estou reclamando disso, mas a quantidade episódios é muito grande. A história consegue chegar em pontos de resolução e então retrocede, pois ainda restam 4 episódios para fechar a temporada. Combates decisivos se repetem de 3 a 4 vezes, perdendo seu significado no caminho e não sendo tão interessantes quanto deveriam. Isto acaba ocorrendo com conversas também e abre espaço para pequenos erros, que não existiriam se a série não fosse tão alongada, conseguindo criar uma oscilação grande de dinamismo e morosidade, o que não é necessariamente muito bom.
Entretanto, o novo ano de Luke Cage consegue dar um último suspiro em seu episódio final, salvando o tempo de "repetição" com uma reviravolta bastante surpreendente e, apesar de ainda mais um pouco de embromação (sim, eu sei), terminar de uma maneira intrigante, deixando um poderoso gancho para o que está por vir nas próximas produções deste cenário urbano da Marvel.
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