segunda-feira, 19 de março de 2018

Cinema & Afins #104 | Verónica



Do diretor Paco Plaza, responsável pela franquia [REC], Verónica é o novo filme de terror da Netflix. Mostrando que um filme de terror é muito mais que maquiagem e efeitos bem feitos, o longa traz uma trama interessante e assustadora, baseada em uma história real.

O filme espanhol se passa passa em 1991 e conta relata quatro dias da vida da protagonista, que dá nome ao filme e sua família, composta por sua mãe ausente e seus três irmão. A jovem, que também é a filha mais velha é encarregada de cuidar do irmão mais novo e das duas irmãs, enquanto a mãe trabalha todos os dias até muito tarde em um bar. Ao que parece, a carga de responsabilidades cresceu para ambas com a morte do pai e esposo. Sufocada pelos deveres, escola e com a falta que sente da mãe, Verónica e mais duas amigas compram um tabuleiro de Oiuja e tentam contatar os mortos durante um eclipse solar. A garota em especial, tenta chamar pelo seu pai. Porém, seu chamado traz outra coisa que começa a persegui-la, desde então.



O filme se apoia em muitos clichês para desenrolar sua história, como o tabuleiro de ouija e o eclipse solar, que acaba atraindo um espirito maligno que passa a perseguir a moça e sua família.  Entretanto, apesar desses recursos batidos, Verónica consegue se sustentar com qualidade em outros lugares. Sua subjetividade é muito bom (algo essencial em filmes de terror), assim como sombras e luzes e trilha sonora, bem diferenciada para uma obra do gênero, por sinal.



É claro que ainda, Verónica acerta em momentos de tensão, medo e/ou horror. A violência grotesca esta lá, mas ainda há espaço para a sombra que aparece no canto da tela, sem que a protagonista veja, enquanto desliga inocentemente a televisão que ligou-se sozinha no meio da noite, cantando uma canção de um programa querido pelas crianças. Com o o temor que cresce gradativamente, enquanto as pessoas ao redor da garota  a abandonam, o espectador e ela própria, veem que ela precisara resolver tudo sozinha, como sempre têm sido... Ou quase.

Verónica ainda acerta na escolha de seu elenco, não sendo nada difícil se apegar as crianças e sofrer junto delas no decorrer da trama, quando seus carismas se entrelaçam de maneira tão orgânica com a história contada. Por fim, não espere um jump scare, mas sim um terror/horror com um crescimento nas situações tensas, de maneira sútil, mas que consegue muito bem criar a tensão proposta, além de revelar uma nova faceta para o gênero. 

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