Quando a primeira temporada de Stranger Things chegou à Netflix, um tanto que sorrateira e despretensiosa, acabou conquistando um legião de fãs com sua história com inúmeras referências à cultura pop e aos anos 80 (até porque ela se passa nesta época) e seu grupo de personagens cativantes. Um final de semana depois, muitos e muitos telespectadores queriam saber o que viria a acontecer com aquelas crianças, sem sentir o medo de que, uma segunda temporada pudesse não ser tão boa quanto a primeira.
Porém, ao contrário de outras produções, Stranger Things não caiu na armadilha do sucesso. Os criadores, os irmãos Duffer, deixam evidente a preocupação quanto a qualidade de sua obra. Uma vez que já conhecêssemos Mike (Finn Wolfhard), Will (Noah Schnapp), Lucas (Caleb McLaughlin), Dustin (Gaten Matarazzo) e Eleven (Millie Bobby Brown), além dos inúmeros outros personagens, há uma chance de se aprofundar neles, deixá-los mais complexos e interessantes. Tudo isso mesclado com um roteiro bem redondo (este ano a série contou com um episódio a mais) a temporada conseguiu ser algo até então duvidoso: ser melhor que sua antecessora.
Stranger Things está maior e isto significa muitas coisas. Uma delas é que ela está mais audaciosa, mais cinematográfica. Os cenários são mais épicos, assim como os perigos e suas extensões. Os efeitos agora estão em outro patamar, com um visual único e bem construído. O outro ponto é que seu elenco também aumentou e o mais impressionante é que há tempo para que os antigos personagens se tornem melhores e maiores e estes novos consigam ser tão bons quanto.
Cada situação acontece de maneira meticulosa e serve para algo maior. Até um dos episódios que não agradou tanto a maioria das pessoas, serve lá no fundo, como uma transição para a personagem, para que cresça, mostre onde ela estava, para onde foi e onde um dia estará. Tudo que ela é e irá se tornar. Além disso, cada personagem participa de um arco próprio, onde lida com seus próprios problemas e limitações, para que apenas no final, possam então todos se unirem num clímax aguardado.
Como não poderia deixar de faltar, às referências ainda se fazem presentes. Desta vez temos desde Os Caça Fantasmas até o Exterminador do Futuro. Há um grande foco desta vez nos fliperamas da época, porém ainda ligações muito importantes com o bom e velho RPG dos garotos, quando um monstro mais poderoso é associado ao jogo.
Stranger Things está maior e mais sombria, porém os personagens ainda são o foco da trama. A série é sobre amizade, aventura, terror, humor e romance, tem de tudo, enquanto mostra com primor uma boa construção de roteiro e além de tudo, uma ótima escolha de atores. Se na primeira temporada eles se mostraram muito capazes, nesta são se superam, demonstram uma atuação excelente, passando cada cena com a intensidade que realmente precisa ter.
Tudo isto aliado faz de Stranger Things capaz de ocupar o espaço de uma das melhores séries da atualidade e um final de semana depois, milhares e milhares de pessoas agora esperam a terceira temporada.
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