sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Cinema & Afins #80 | Planeta dos Macacos: A Guerra

A conclusão épica do prelúdio do clássico de 1968



Planeta dos Macacos: Guerra carrega uma enorme responsabilidade. Quando este novo olhar no título começou humildemente lá atrás, com Planeta dos Macacos: A Origem, era quase impossível prever que que a franquia avançaria para uma narrativa tão mais complexa e épica ao contar a história de César e o prelúdio do clássico de 1968.

Após o final de Planeta dos Macacos: O Confronto, era quase inevitável vislumbrar um cenário onde a guerra entre humanos e macacos não explodiria. Após as ações do macaco traidor Koba, os humanos pediram auxílio aos militares que responderam ao chamado, porém após dois anos César (Andy Sekys) nunca foi encontrado e os macacos resistiram fortemente em sua floresta. Porém isto esta prestes a mudar, pois os soldados estão cada vez mais perto e César precisa proteger seu povo a todo custo.



Para começar, talvez um dos pontos mais fortes do filme seja sua complexidade. O tema e até às versões anteriores que já houveram desse filme são materiais para blockbusters, com explosões e efeitos especiais, porém de uma maneira incrível é possível ver como os macacos são humanizados, suas expressões, suas ações e sentimentos. É possível dizer até que seria poderia  haver um filme unicamente deles (e boa parte é) sem a necessidade de sequer aparecer um humano, mas...

...Nós precisamos de uma força oposta, de um vilão a odiar, assim como César e seu povo odeiam. E se num ponto temos os símios sendo humanizados de uma maneira excelente, aqui vemos humanos se tornando cada vez piores, mais cruéis. Não é nem um pouco difícil odiar eles e torcer para os macacos, mesmo que entre os dois seja simples dizer em um primeiro momento com qual nos identificamos mais fisicamente. 

Mas então por qual motivo torcer e ansiar pela vitória de César? Pois o filme trás - não de maneira forçada - uma mensagem muito importante sobre coragem, união e sacrifício. Os macacos são personagens profundos, com personalidades cativantes e os vilões são fáceis de odiar, cruéis e únicos. Então é fácil escolher um lado e se apegar.



Porém, existe uma personagem em questão - uma humana - mas que prova que ser aceita vai muito além de suas origens e aparência física. Nova (Amiah Miller), a garota, consegue roubar a cena sem nem sequer dizer uma só palavra, com suas expressões únicas e que além de ser um elo necessário, resgata uma versão mais primitiva do ser humano.

É um pouco engraçado dizer o quão humano Planeta dos Macacos é. Apesar do passeio pelos belos cenários - desde florestas e cachoeira até montanhas nevadas - dos macacos tão bem feitos com capturas de movimentos e das explosões, sua qualidade esta em outro lugar. Esta na complexidade de seus personagens, no encanto de cada ação ou na angustia de outras. Esta no fato de que os verdadeiros protagonistas são aqueles que dão nome ao filme. Então é certo dizer que Planeta dos Macacos: Guerra é excelente e mostra um terceiro filme épico em todos os sentidos, seja em produção ou seja em uma história esplendida.

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