sexta-feira, 23 de junho de 2017

Zona Literária #35 | Guerra do Velho

"No meu aniversário de 75 anos fiz duas coisas: Visitei o túmulo da minha esposa, depois entrei para o exército."



É inegável que a frase acima chama a atenção e que é uma das sinopses mais curtas e interessantes que já li em anos, rapidamente você quer desvendar o motivo pelo qual este idoso de 75 anos vai para o exército e por que ele é necessário lá.


A premissa de Guerra do Velha é inovadora e inusitada. Com uma ar de Tropas Estelares, o autor propõe uma história de ficção cientifica com aventura e ação. Basicamente, uma companhia privada é a pioneira e única colonizadora espacial proveniente da Terra e para proteger suas colônias ela precisa de soldados, este são voluntários que só podem se alistar a partir dos 75 anos, pois uma vez lá como um defensor das colônias você perde sua cidadania terrestre e é dado como morto para o mundo. Parando para pensar é um bom argumento. Na história muitos deles não tinham mais ninguém e aceitam o método misterioso de rejuvenescimento de seus contrastantes para enfim lutarem em pró de seus novos empregadores. 

Porém, apesar de possuir toda uma premissa muito interessante, o autor peca em diversos pontos, começando pelas discrições rasas de cada personagem. O leitor fica meio largado, tendo que criar imagens sozinho a partir de suas próprias experiências para visualizar as pessoas ali apresentadas e o fato de haver pouca profundida em suas personalidades não ajuda, os tornando esquecíveis e logo você não lembra da maioria deles, seja nome, maneirismos ou aparência (aquela que você inventou).

Para piorar, eles ainda são jogados em situações aleatórias com diálogos pobres, sem agregar muitas coisas ao contexto todo da história, além de não aparentarem em momento nenhum terem de fato 75 anos, no fim, você reconhecerá apenas o protagonista e mais alguns.

A trama não empolga muito, apesar de que o autor consiga achar seu rumo do meio para o final. A partir de certo ponto, as situações passam a ser convenientes demais para John Perry, nosso protagonista e tudo não ultrapassa o limite de suas aventuras aleatórias pelo espaço. O autor, porém, ajeita para uma trama maior em certo ponto da história e até encaixa uma reviravolta no minimo interessante, dando mais sabor e consistência ao livro.

Guerra do Velho apresenta um estilo de escrita mais simples e neste caso significa rápida e de fácil leitura, com uma premissa inovadora, que apesar de seus problemas, não é uma obra detestável, podendo agradar os amantes de histórias futurísticas e com uma pegada mais sci-fi.

O livro contém 368 páginas e pode ser adquirido neste link: Guerra do Velho.

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