quinta-feira, 1 de junho de 2017

Cinema & Afins #72 | Os Parecidos



Vamos esquecer blockbusters hoje, vamos esquecer o que está na mídias sociais e o que todo mundo esta falando e/ou ansioso para assistir. Vamos falar de um filme mais autoral, mais conceitual, que apesar de ter sido lançado em 2015, nos transporta para um México de 1968, seja em ambientação, ou na produção, que faz com que você acredite que o filme tenha sido feito nesta época.


Oito desconhecidos em uma rodoviária em meio a uma tempestade colossal, no México de 1968. Cada qual com um problema próprio, a maioria se vê presa naquele local, uma vez que devido a forte chuva não há ônibus. Porém, o que só parecia mais um infortúnio durante uma tempestade incomum, começa a se mostrar mais macabro, quando, ao passar do tempo coisas estranhas começam a acontecer, quando estas pessoas começam a passar por uma transformação bizarra e misteriosa.



Depois que já temos os personagens bem estabelecidos: um senhor que trabalha na bilheteria, um homem que tenta chegar no hospital onde sua mulher está em trabalho de parto, uma moça grávida que foge do marido abusivo, um estudante de medicina, uma senhora que fala em uma língua esquisita, a mulher que trabalha na faxina da rodoviária e uma mãe com seu filho estranho, acontecimentos começam a ocorrer. 

Dirigido por Isaac Ezban, o diretor lhe transporta para os filmes de ficção científica e terror de décadas atrás, seja com a fotografia, o figurino ou a temática que foge dos filmes de terror de hoje em dia, abordando o bizarro e medo de uma maneira bem original.



O filme é contido, se limitando aos oito personagens já citados e a um único ambiente - a rodoviária - o que denota um orçamento pequeno, porém segue com maestria, utilizando muito bem seus recursos com elementos inteligentes de roteiro, não o tornando um filme pastelão, como muitos por aí. Aqui já podemos citar os atores também, que não pecam em suas atuações, muito pelo contrário. Podemos perceber que o elenco foi escolhido com esmero e cada um consegue dar profundidade ao seu papel e demonstrar as personalidade que lhe foi atribuída com extrema carisma.

Entretanto, há um ponto que me desagradou e foi a escolha da onipresença e da onipotência  da ameaça que ronda os personagens. O mal absoluto que não pode ser vencido, tirando qualquer poder e chance de vitória das mãos das vítimas, faz com que perca um pouco a graça de tudo, quando você, que assiste, sabe que não vale a pena lutar, então por que torcer por eles?

O filme está disponível no catalogo da Netflix, sendo uma ótima visita aos clássicos do passado, o tornando especial, mesmo sendo um filme até que recente. 

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