sexta-feira, 1 de junho de 2018

Cinema & Afins #120 | Cargo



Não há como negar que filmes com a temática "zumbis" estão sendo usados com frequência. O gênero existe faz tempo e é impossível não lembrar de A Noite dos Mortos Vivos de George Romero quando falamos a respeito. Desde então muitos outros títulos com os cadáveres andantes foram surgindo, alguns bons, outro nem tanto... A questão é que se torna difícil inovar com o tempo, além de realmente fazer algo notável.


O filme dirigido por Yolanda Ramke e Ben Howling nos apresenta Andy (Martin Freeman), um homem infectado por um vírus de um apocalipse zumbi em uma área selvagem da Austrália. Ele possui apenas 48 horas antes sucumbir a doença e se transforme numa das criaturas, mas antes disso precisa conseguir um lugar seguro para sua filha que ainda é um bebê de colo.

O espectador é jogado em plena trama em andamento, o vírus já é um caso avançado e os zumbis dominam toda a área explorada pelos personagens. Como não poderia deixar de faltar em histórias do gênero, as pessoas fazem o que podem para sobreviver, matando, se armado e caçando recursos. Porém é numa dessas caças a suprimentos que tudo começa a dar errado. 



Apesar de figurar o núcleo central da história, há muitos outros personagens envolvidos no drama de Andy, porém isto não é necessariamente bom. Outras histórias vindas em excesso parecem ter o efeito contrário do almejado. Ao invés de conseguir enriquecer a história, a maioria do que é apresentado parece frágil e mal explicado. Eventos acontecem sem a mínima lógica e parecem forçados na maioria das vezes, sem fazer muito sentido. 

Não há muita inovação no quesito "zumbis" também. É claro que o filme consegue trazer talvez uma espécie de identidade para seus mortos, uma característica própria e uma miníma explicação sobre como as coisas ocorrem (determinando o tempo de 48 horas para a transformação), porém mesmo assim Cargo não consegue ser um filme do gênero verdadeiramente memorável. Talvez o segredo estivesse em fazer a cruzada de pai que devesse proteger sua filha, muito mais ao estilo Logan (embora aqui tivéssemos um bebê e não uma garota apta em matar) sem um destino muito certo do que essa busca muitas vezes confusa de um lar para ela.

Apesar de acertar em alguns pontos, em algumas relações e na filha de Andy ser uma atriz extremamente jovem, mas especialmente carismática, Cargo é sem dúvida um drama familiar disfarçado de terror. Não haveria problemas em tais combinações, eu particularmente acredito na fusão de gêneros para se criar histórias inovadoras e mais interessantes, porém quase tudo falha ao se contar esta história em especifico. 

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