segunda-feira, 14 de maio de 2018

Séries em Série #57 | Perdidos no Espaço



A Netflix, nos últimos tempos, tem mostrando como passou a investir massivamente na produção de novos conteúdos originais para seu catálogo. Há séries para todos os gostos, além também de contar com novas roupagens para séries antigas, que é o que acontece com Perdidos no Espaço, uma série puramente de Ficção Científica, que retorna com tudo que a tecnologia de hoje em dia é capaz de produzir. 


Os Robinsons, compostos pelos pais e pelas duas filhas e o filho e partem junto a uma nave em direção ao espaço com diversas outras famílias. O motivo é que a Terra esta morrendo e eles rumam para outro planeta a fim de coloniza-lo. Porém, em meio a viagem, a Resolute, a nave onde eles residiam é atacada, o que os força a cada um buscar suas naves de fuga, as chamadas Júpiter e saírem as pressas para o planeta mais próximo, porém uma explosão faz com que as naves não aterrissem, mas caíam em pontos inóspitos e afastados um dos outros, deixando cada família separada e a mercê deste novo e perigoso cenário.

O primeiro fator que salta aos olhos é sem dúvidas o esmero e a qualidade dos efeitos da série (o que nos faz pensar o quão cara ela foi). Todo o planeta é vasto, majestoso e muito bem feito. O mesmo pode ser dito para naves e demais efeitos, passando por criaturas e figurinos muito bem elaborados. Tudo feito com bastante capricho, não deixando a série devendo a muitas outras obras por aí. Sejam outras séries ou até filmes.



A série, como já dito, começa muito intensa, cheia de perigos grandiosos e situações de vida ou morte. Aos poucos vamos querendo ver mais e mais, descobrir como aquilo irá se resolver ao mesmo tempo em que percebemos como os personagens vão sendo construídos, revelando mais de suas complexas personalidades, com ações ou com ocasionais flashbacks. Ainda aqui há espaço para todo o tipo de pessoas além da família Robinson, como um mecânico falastrão e um mulher com um passado de mentiras que sabe apenas manipular todos ao redor. 

Porém, apesar de ser uma grande ficção científica cheia de termos científicos para todos os lados, recheada de aventuras e também de muito drama familiar, Perdidos no Espaço se auto sabota ao cair na mesmice e previsibilidade. Com o tempo se torna extremamente cansativo, para não dizer chato, ver como sempre coisas inacreditáveis acontecem exatamente em momentos cruciais, apenas para atrapalhar os planos dos sobreviventes, fazendo com que eles precisem lutar pela vida e assim procurar uma outra alternativa. Tais eventos se tornam tão corriqueiros que entra a previsibilidade. Você já sabe o que irá acontecer e então, nada mais tem tanta graça.



A partir de certo ponto também você começa a questionar as ações dos personagens e as ações do destino. De um lado você se pergunta os reais motivos das pessoas não trocarem informações vitais entre si ou agirem de certa forma, quando já tinham uma informação que já resolveria tudo e não a obrigaria a tomar uma decisão tão estúpida. Do outro lado, você se pergunta qual seria a probabilidade das pessoas sempre verem o que não devem ver e não verem o que deveriam? Junto disso, também fica a pergunta como a vilão consegue sempre estar nos lugares que mais lhe convém sempre, mesmo que ela mesma não planeje estar em todos eles?

Perdidos no Espaço se apoia demais em recursos fracos narrativos para contar sua história, fazendo com que em certo ponto toda a força que teve no começo perca força em uma velocidade impressionante. Em seu último episódio, entretanto, como não poderia faltar há um gancho para uma uma nova temporada, o que nos resta é torcer para que ela se foque em melhorar em tantos pontos 

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