segunda-feira, 28 de maio de 2018

Cinema & Afins #119 | Eu, Tonya



Com direção de Craig Gillespie (Horas Decisivas e Arremesso de Ouro), Eu, Tonya tem como foco contar a história polêmica de Tonya Harding, atleta da patinação no gelo da década de 1990, que ficou famosa por sua atuação no esporte e por um incidente mais grave e envolvendo seu marido na época.

Tonya Harding (Margot Robbie) durante a década de 1990 conseguiu superar sua infância pobre e ascender como campeã da patinação no gelo, ficando em primeiro lugar no Campeonato de Patinação no Gelo no Reino Unido e segunda colocada no campeonato mundial. Porém, ela ficou verdadeiramente conhecida quando seu marido Jeff Gilloly (Sebastian Stan) e mais dois ladrões tentaram incapacitar uma de suas concorrentes ao quebrarem sua perna durante as Olimpíadas de 1994. 

A trama é sem dúvidas um drama, que também é baseado em fatos reais. Nela é fácil perceber que além de crescer em uma família pobre, Tonya cresceu cercada de abusos, partindo inicialmente de sua mãe LaVona Harding (Allison Janney), que apesar de trabalhar muito para pagar as aulas de patinação da filha, não era, nem de longe uma mãe exemplar. O que poderia ser o orgulho e sacrifício de uma mãe acreditando em sua filha se tratava de outra coisa. LaVona batia em Tonya com frequência e a cobrava e a humilhava quando não alcançava a vitória. Num segundo momento, a patinadora encontrou mais abusos no namorado Jeff, que viria a se tornar seu marido futuramente. Isso sem mencionar o preconceito por sua condição na sociedade que ela sofria por parte dos jurados e que inclusive disseram em uma ocasião que ela "não se encaixava no modelo de família americana"  como as demais concorrentes.



Apesar de tudo se tratar de uma história de perseverança de sua parte, tudo ainda fica envolto de escolhas ruins e pessoas horríveis. O mais surpreendente, e depois é provado como sendo real ao mostrarem cenas de um documentário feito com os envolvidos, é como toda a história de fato estava recheada de pessoas excêntricas, parecendo que haviam sido tiradas de um livro ficcional, como por exemplo, Shawn Eckhardt (Paul Walter Haulser), que arquitetou o plano para quebrar a perna de Nancy Kerrigan (Caitilin Carver) e dizia que havia sido membro das forças especiais, realizado serviços para as forças especiais e afins, quando nada disso era de fato verdade. 

O filme ainda possui uma forma bastante interessante de contar toda a trama. Além de quase todas as cenas serem de fato a história de Tonya Harding sendo contada e protagonizada pelos atores, em alguns trechos temos versões envelhecidas deles, dando seu depoimento sobre os acontecimentos, como se falassem num documentário (que de fato existiu). Além disso, em diversos pontos da história, personagens quebra a quarta parede e falam com espectador, assumindo que são suas personas do futuro, podendo comentar aquele trecho de outra perspectiva.

Por fim, Eu, Tonya é um drama competente, bastante fiel em diversos pontos da história. Vale um elogio aos atores que entregam personagens reais e convincentes, em especial para Sebastian Stan que em nada lembra o implacável Soldado Invernal (MCU) e Margot Robbie que consegue transmitir todas as emoções de Tonya de maneira esplêndida. 

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