sexta-feira, 4 de maio de 2018

Cinema & Afins #114 | Batman Ninja



As já famosas animações da DC parecem estar tentando se reinventar ultimamente. Com o anúncio recente da animação chamada Batman Ninja, com a promessa de uma história inédita do Batman, com traços diferentes e uma uma ideia mais inusitada. Mas o que poderia ser uma nova trama muito bem vinda, se transformou em uma, num termo mais liberal, viagem de ácido.
A trama se inicia durante um confronto entre Batman e Gorila Grodd na torre do Asilo Arkham, onde o gorila excepcional está tentando ativar um dispositivo. O vigilante de Gotham obviamente tenta o impedir, mas acaba falhando, acabando que um buraco negro é gerado e suga a tudo e a todos, deixando o próprio Batman por último, mas que acaba sendo tragado também. 

O vigilante, então, acaba por ir parar no Japão feudal. O local é dominado por senhores feudais, que nada mais são que seus inimigos que também foram parar no passado. Seus parceiros, Robin, Asa Noturna, Capuz Vermelho e Red Robin também estão lá, além da Mulher-Gato e Alfred (!). Logo o Homem Morcego descobre que os minutos que ele mesmo demorou para ser sugado, foram suficientes para que se passassem dois anos para os demais que haviam sido sugados antes. A partir de então ele precisa, ao lado de seus companheiros, recuperar todas as partes do dispositivo para que possa voltar a sua época.



Apesar de não ser a ideia mais original do mundo, a de enviar heróis do presente/futuro até muitos e muitos anos no passado, havia potencial na história, além de apostar num estilo de desenhos diferenciados, ver o Batman agindo no Japão feudal como um verdadeiro ninja soava promissora, porém a trama vai além, muito além mesmo.

Por começar, desconstruindo a personalidade de alguns personagens. Batman está mais sorridente, menos sisudo e soturno, se permitindo alguns alguns sorrisos discretos vez ou outra. Damian, o novíssimo Robin, famoso por sua personalidade difícil, numa mistura de arrogância e petulância, está mais alegre, com um corte de cabelo novo e virou amigo de um macaquinho.




A segunda questão a se levantar é: quando é que eles perdem a mão? Arisco dizer que no momento que o primeiro castelo se transforma em uma robô gigante. Isso mesmo, castelo se transformam em robôs gigantes e não é um caso isolado, há vários deles, que ainda se transformam posteriormente numa espécie de Megazord. Ainda contamos com a presença de um exército de macacos, que unidos se transformam num macaco gigante que luta contra o Megazord. Isso sem contar nos milhares de morcegos que recobrem este macaco o deixando com a aparência do Batman, ou seja, um Batman gigante. 

No meio desta loucura toda, a única coisa que se salva é um trecho quase a parte com a aparição do Capuz Vermelho, onde a arte se torna mais crível, profunda e violenta. Claro que este trecho dura apenas alguns minutos e logo voltamos para a loucura sem limites. Logo, o erro de Batman Ninja não foi ter utilizado um estilo oriental de desenho, não foi ter colocado o Batman e sua Família no Japão feudal, foi ter ultrapassado todas as barreiras e enfiando goela abaixo conceitos tão surreais numa história que tinha tudo para ser muito interessante. 

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