Frank Castle (Jon Bernthal), o vigilante impiedoso da Marvel, finalmente está entre nós em uma série só sua. Apresentado pela primeira vez na 2ª temporada de Demolidor, onde confrontou o Demônio de Hell's Kitchen, enquanto percorria uma cruzada sangrenta fazendo justiça com suas próprias mãos após o assassinato de sua família.
Após conquistar os fãs em sua participação na série do Demolidor, uma série solo do anti herói foi aclamada e foi confirmada algum tempo depois. Logo em seu início percebemos que ela seguiu quase que imediatamente após os acontecimentos do personagem, mostrando de maneira rápida a vingança que seguiu-se por parte de Castle. Depois de matar o último responsável pela morte de sua família, afogou-se em uma vida medíocre e atormentada, vivendo escondido, dado como morto. Porém, Frank Castle mal sabia que aquilo mal tinha acabado.
Trazido de volta por uma figura misteriosa chamada Micro, Frank se vê mais uma vez dentro de esquemas governamentais e militares, chefiados por criminosos do alto escalão, não exitando em mergulhar mais uma vez em uma missão de matanças e vingança desenfreada.
A série trás uma dose de violência alta, porém pontuada. Há tiroteios, brigas de faca e combates com socos e chutes, porém talvez isso demore um pouco para ser mostrado de fato. Com 13 episódios (o padrão para séries da Marvel, com exceção de Defensores) a série demora em mostrar o personagem assumindo seu "manto". Há espaços para coisas muito bacanas como o emaranhado de tramas, a sanidade do protagonista e um arco a parte - muito interessante por sinal - sobre a vida de ex-militares, atormentados pelo que viram em serviço e também sobre o porte de armas por civis. Entretanto, com este número de episódios, além do Justiceiro em ação e todas estas boas tramas, também há espaço para coisas que parecem a mais, como a relação de Frank Castle com a família de Micro, onde a partir de certo ponto parece de algum modo forçado e sem sentido.
A série acerta nas relações do personagens, uma vez que todos são bem construídos. Vale destacar uma em especial, que é entre Frank e Micro, duas pessoas que possuem os mesmos inimigos e se unem em pró disto, porém ainda são duas personalidades opostas, movidas por valores opostos, criando assim um contraste excelente, enquanto seguem na missão que concordaram em realizarem juntos.
Agora falando sobre os vilões, devo dizer que me surpreendi. De um lado temos um manda-chuva poderoso, no melhor estilo covarde e que só confronta seus oponentes amarrados ou dominados. Agora do outro, temos um personagem mais bem construído, onde suas principais características são justificadas por seu passado, isto sem falar que ele mesmo é implacável e ao contrário do outro, encara seus inimigos de frente, ou quase isto.
Punisher é uma ótima série, consegue entregar ótimos personagens e uma trama geral muito interessante. Além disso toca na ferida ao abordar o assunto sobre o porte de arma e o drama pessoal de ex-militares, atormentados pelas atrocidades que viram e fizeram e também pela rejeição da sociedade e do próprio país a qual serviram. A série peca, entretanto, em se alongar em tramas menores e pode decepcionar ao mostrar pouco do anti-herói de fato em ação, com caveira no peito e tudo mais. No fim ainda parece haver uma hesitação em finalmente entregar qual caminho deve seguir - aquele que estamos acostumados e aquele necessário para que haja mais temporadas. Porém, ainda assim, Punisher consegue se sobressair e ser uma das melhores séries do gênero.
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