segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Cinema & Afins #87 | Mãe!



Em uma das poucas vezes durante os últimos anos, um filme foi uma completa incógnita e não mostrou praticamente nada de significativo em seus trailers. Além disso, há muito tempo não tínhamos um filme tão corajoso e tão denso em tantas camadas, mas que está longe de ter o poder de agradar a todos, afinal, nem todos podem endente-lo ou ao menos sentir um pouco da mensagem que ele quer passar.


Resumidamente, a história de Mãe! nos mostra... A Mãe (Jennifer Lawrence) vivendo em uma casa isolada no campo, ao lado do Marido (Javier Bardem) que é escritor. Não é difícil entender que o casal está ali procurando recomeçar e que ele precisava de um novo local para escrever, embora enfrente dificuldades. Porém, fatos estranhos começam a acontecer... O Marido assume um papel omisso e acolhedor para com estranhos que batem em sua porta, mesmo com o desconforto de sua esposa, que vê mais e mais sua casa e privacidade serem invadidas por figuras estranhas em excesso. Figuras essas que despertam no espectador uma repulsa genuína, com suas atitudes contra a dona da casa.

O filme de Darren Aronofsky faz com que acompanhemos toda esta história angustiante e intrigante a cada cena e é fácil perceber que em todos os momentos somos levados pela trama pela única e exclusiva perspectiva da Mãe, a dona da casa e que se esforça para consertar o novo lar. Em todos os momentos os focos são em seu rosto ou na visão que esta tendo naquela momento. 

O filme segue caminhando para o que pode parecer sequências desconexas e confusas, sem nenhum sentido aparente, porém se analisado com bastante atenção, não é difícil encontrar o sentido da história. Mas ainda nesta confusão que a trama mergulha em determinado momento, é possível perceber o primor das sequências e das mudanças de ambiente mesmo dentro uma casa e que em que cada momento a história tem uma cena forte e com significado, lhe conduzindo por até cenas extremamente viscerais e chocantes, que confesso não ter visto nada assim em filmes grandes nos últimos tempos. Não há meio termo, o que é, é e é mostrado de maneira crua.

Por fim, sem dizer muito da história intricada, não é difícil ouvir reclamações no final, de que não é um bom filme, que não faz sentido e que fora uma perda de tempo ter ir assistir o mesmo. Mas a verdade é que Mãe! é muito mais do que mostra, seu significado está ali, sutil num mar de mistério e alegorias brutais. É uma grata surpresa do ano e a maioria das pessoas que não gostaram, talvez não tenham entendido a mensagem real. Então dê uma chance ou se já assistiu, reflita a respeito. Já tendo assistindo ou não, tenho certeza que leu ou ouviu essas histórias antes, mesmo que da maneira mais parca possível. 


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