sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Cinema & Afins #85 | It - A Coisa



Talvez no cenário cinematográfico de hoje, ainda mais na questão de obras de terror, It - A Coisa, possuía uma desafio ainda maior do que apenas adaptar a história de uma dos maiores e mais emblemáticos livros de Stephen King. O filme vem com a missão de agradar, sem soar bobo, ou fraco. Ele precisou ser único, captar uma essência e transmiti-la com qualidade.

A primeira coisa que o filme faz é captar bem a essência da época em que a trama ocorre, e a segunda é abraçar o lado visceral que a história precisa. É um muito bom ver, a falta de receio com que o filme foi produzido, sem haver amarras para mostrar a maioria das passagens da trama de uma maneira mais crua e nítida, até bonita, pelo capricho adotado para que o espectador se sentisse imerso naquele mundo, em Derry, na obra escrita por King.



Toda à história é focada no grupo de amigos contra a Coisa: Bill Denbrough (Jaeden Lieberher), Beverly Marsh(Sophia Lillis), Eddie Kaspbrak (Jack Dylan Grazer), Richie (Finn Wolfhard), Stanley Uris (Wyatt Olaff), Ben e Mike Hanlons (Chosen Jacobs). Na trama, Georgie, irmão mais novo de Bill, desaparece, após ser arrastado para o esgoto pela Coisa. Depois disso, o grupo de crianças, começam uma a uma a ser perseguida pelo monstro, que aparece na forma de uma palhaço chamado Pennywise, O Palhaço Dançarino. Unidos então, o grupo começa a semear a ideia de unidos, enfrentarem e matarem a criatura.

It a partir disso consegue ser original. Hoje estamos acostumados com muitos filmes de terror, alguns mais famosos e até muito bons como Invocação do Mal, Annabelle, Sobrenatural... Estes títulos quase como se tivessem uma marca registrada, criam monstros e se focam em ambientes assustadores e sustos quase que o tempo todo. Em It temos outra coisa. Há um aprofundamento nos personagens e um tipo de terror diferente, algo mais pessoal contra cada um deles e que você também sente, porque não é difícil se apegar a todos, cada um por causa de um traço em especial. Não há mesmice, Pennywise é uma criatura bizarra e que consegue assumir diversas formas, criando formas de medo diferentes para cada um deles. E mesmo o filme tendo que amenizar várias passagens do livro, ele consegue ser violento da medida certa, o necessário.



E apesar do grupo ser um tanto grande, há espaço para todos serem bem desenvolvidos, alguns mais do que outros, porém o suficiente. Bill é o líder declarado deles, chamado de The Losers Club, representando um arquétipo padrão para o papel. Richie com certeza assume as melhores falas do filme, com sua boca suja, fazendo comentários escrotos nos piores momentos, seguido por Eddie e sua mania de que tudo significa se machucar ou contrair alguma espécie de doença, e Beverly e seu carisma nato. Apesar disto, cada um deles sofre com algum drama/medo pessoal, os que os fragiliza perante Pennywise e que apenas a união e a amizade do grupo pode fazemos vencer.

Ainda há o mérito do filme de abordar temas complexos, como a sexualidade dos jovens e traumas mais implícitos, como é o caso de Beberly e seu pai, ou a violência empregada tanto pelo monstro, como pelos garotos mais velhos que perseguem o grupo principal. It consegue ser um terror psicológico e bem construído, com fatores humanos envolvidos. É violento e visceral, mas sem deixar de ser divertido. 




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