sexta-feira, 28 de julho de 2017

Cinema & Afins #79 | Dunkirk

Na Terra, na Água e no Ar, um mesmo olhar para um importante marco da Segunda Guerra Mundial, de ângulos diferentes



Filmes sobre a Segunda Guerra Mundial não nos são estranhos, há um bocado, então para inovar e contar uma boa história é preciso mesclar alguns bons fatores que não precisam ser necessariamente pré determinados por uma alguma fórmula e sim colocados com uma certa excelência na obra. Então a pergunta fica no ar: Dunkirk é um novo clássico ou apenas mais um?

A grande protagonista do filme é a narrativa, mostrada em três cenários interligados e momentos temporais diferentes. Para quem não conhece, este período especifico retratado no filme trata-se de algo logo no inicio da Segunda Guerra Mundial, quando os alemães avançaram e venceram surpreendentemente rápido pelo território francês e encurralaram mais de quatrocentos mil soldados na cidade de Dunkirk, em sua grande maioria Britânicos e Franceses. E aqui eu volto a dizer que a grande protagonista do filme é a narrativa. Não há figuras históricas famosas, há apenas a história mostrada em três pontos diferentes e em três momentos do tempo diferentes, que se ligam ao em algum momento.



Estes três pontos são importantes, pois retratam personagens diante de basicamente a mesma situação geral, porém com seus próprios problemas e suas próprias decisões a serem tomadas. Primeiro temos algumas figuras em terra, mais precisamente na praia, ali somos introduzidos de maneira sutil aos soldados que tentam embarcar e fugir dos alemães, atravessando o Canal da Mancha. Em segundo temos um barco civil que assim como tantos foram convocados para seguirem para Dunkirk e resgatar os soldados. Em um terceiro momento, temos três pilotos britânicos de spitfires (avião de caça britânico, que operou durante toda a Segunda Guerra Mundial), seguindo na mesma direção e com o objetivo de lutar contra a força aérea alemã, garantindo assim o sucesso da evacuação.

Cada pequena história se desenrola de modo que se encontre com as demais em determinado momento e é importante prestar bastante atenção, pois a principio elas não acontecem simultaneamente. Cada uma delas tratam de indivíduos únicos, mas que não possuíam nada de "especial", apenas figuras aleatórias das quais o roteirista e diretor (Christopher Nolan) faz com que você se importe, ao humaniza-las. Ao mostrar a honra, o patriotismo e o auto sacrifício e também o medo, a hesitação e a necessidade de sobreviver.



Temos desde soldados desmotivados desesperados para voltar para casa, passando por civis rumando para ajudar à evacuação e pilotos em um combate nos ares contra alemães, tudo isso aliado a um cenário único, com um fotografia que enche os olhos, pensando em cada detalhe e idêntico ao real (por exemplo, o spitfire) e em que as sensações de medo e desespero é genuinamente transmitida com a aproximação de caças inimigos e o bombardeios eminentes ou estar trancado em uma caixa de metal ao ser atingindo por um torpedo em alto mar.

Com uma trilha sonora excelente, obra do lendário Hans Zimmer, você logo reconhece se já ouviu outras de sua sobras em outros filmes, embora não seja difícil estar tão imersivo no cenário e nos conflitos de cada personagem que passe "despercebido", como se os sons e a música juntos fizessem parte do cenário, trabalhando juntos de forma tão boa que parece natural, para este épico da Segunda Guerra Mundial que prova que mais importante que explosões é a solidariedade. 

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