Há algum tempo falamos aqui à respeito do livro Mistborn - O Império Final, em como o autor é magistral em criar um universo coeso e fantástico, com direito a um estilo sujo e escuro, uma trama instigante e um próprio sistema de magia totalmente funcional. Porém, apesar de conseguir ser quase um livro totalmente fechado, na verdade trata-se de uma trilogia, com o segundo cheio de mais ação, mistérios e intrigas. Cuidado, pode conter spoilers do primeiro livro.
Nesta nova história continuamos quase que no mesmo ponto onde a primeira terminou. O Senhor Soberano esta morto, Elend subiu ao trono e Vin é a guarda costas pessoal do rei (além de ser sua namorada), mas o autor deixa claro que derrubar um deus tirano e subir ao poder não é o fim das coisas, na verdade não é nem começo. Exércitos fazem cerco na capital, querendo usurpar as riquezas da cidade, e dentro de seus muros a politica não se mostra tão simples quanto o novo rei esperava que fosse.
Seguindo esta premissa o autor começava a envolver o leitor com a intricada mitologia de seu mundo e seus personagens bem construídos, expandido mistérios mencionados anteriormente e criando mais alguns, respondendo algumas perguntas no meio do caminho e atiçando a ânsia pela leitura do restante da história, adicionando reviravoltas quando você mesmo espera.
Seu sistema de magia, que apareceu lá em seu primeiro livro ressurge aqui e também é expandido. Para quem não se lembra, trata-se da Alomância, que consiste em queimar certos tipos de metais dentro de si e adquirir determinadas habilidades, dependendo do metal queimado. Os Alomânticos podem queimar apenas um tipo de metal cada, por isso geralmente agem em grupos, cobrindo as habilidades um dos outros, porém há os raros Nascidos das Brumas, indivíduos que conseguem queimar todos os tipos de metais.
E como isto vemos a maior parte da história sob os olhos de Vin, uma nascida das brumas e Elend, um nobre e agora rei (há algumas outras partes sob a visão de outras pessoas). Imersos numa trama cheia de violência, intrigas e mistérios, o autor ainda consegue criar combates muito interessantes e diferentes graças a este novo tipo de magia, porém ainda violentos. É bom ressaltar aqui também a boa sacada na criação de outras raças além dos humanos, como os kandras, crituras que conseguem assumir a forma de qualquer um ao devorar seus restos mortais, mas são presos a Contratos com os seres humanos e os devem obedecer ou os selvagens Koloss, brutamontes selvagens que nunca param de crescer enquanto viverem.
O Poço da Ascensão é o segundo livro de uma trilogia e abre as portas para algo maior e será encerrado em O Herói das Eras, criando mais tramas interessantes a serem exploradas, ou um trama maior que sempre esteve lá, mas só para os atentos de verdade.
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