quarta-feira, 10 de maio de 2017

Etc & Tal #30 | Diversidade e o Legado Marvel



Recentemente, a Marvel teve uma queda significativa em seu número de vendas e a mesma colocou a culpa na diversidade de seus personagens. Não sabe do que estou falando? Venha comigo por este post então para entender.


Com a queda das vendas em suas HQ's, a Marvel acabou culpando a diversidade em suas histórias como o real motivo da queda no rendimento. E quando eles (ou eu) diz diversidade, estamos nos referindo aos inúmeros personagens de diferentes etnias e/ou orientações sexuais, com que a Casa das Idéias está lotando suas páginas nos últimos tempos. Isso é bom ou ruim? Eu diria que ambos.

É interessante que a Marvel se preocupe nessa inclusão em suas histórias, fugir do padrão em que o protagonista é sempre um homem branco hétero, de determinada classe social. Porém, uma fórmula que deu certo aqui, pode ser que não funcione ali. Miles Morales é um afro descendente e se tornou o novo Homem Aranha no universo Ultimate após a morte de Peter Parker. Ok, foi um acerto e a aceitação dos leitores foi positiva. Então, agora pegamos uma garota afro descendente e desta vez ela se tornará a nova "Homem de Ferro". 

Mas será que a diversidade é o verdadeiro problema? Nos últimos tempos foi revelado que o Capitão América era um agente da HYDRA disfarçado e mais ainda recentemente, de que o mesmo sempre foi um agente da organização terrorista que sempre lutou contra. Então, quando você vê que a Marvel criou uma nova Miss Marvel adolescente e Paquistanês Americana e revela que o Capitão América sempre foi um vilão... Onde está o problema? Você consegue vê-lo?

Respondendo agora a pergunta feita no último paragrafo: Não, o problema não é com a diversidade, o problema é usá-la de qualquer jeito e descaracterizar personagens consagrados. Ao inventarem dezenas e dezenas de personagens que representam uma minoria ou alguma etnia e/ou orientação sexual nunca usada numa história em quadrinhos antes não quer dizer que você está fazendo um bom trabalho. Quantidade não é sinônimo de qualidade. Em outro lado, destruir a imagem de um dos personagens mais antigos e que serviu como um simbolo várias vezes é - em minha opinião - um tiro no pé. O Capitão América já estrelou histórias cujo tema era o terrorismo, onde uma mensagem de esperança era passada, com extremo patriotismo. Uma coisa dessas, destrói tudo que já foi construído.

Então o problema é que a Marvel parece ter perdido um pouco de sua identidade, se arruinando por duas vertentes. Diversidade não é ruim, muito pelo contrário, porém, é sempre bom ter em mente que menos é mais, não adianta enfiar uma tonelada de personagens de todos os gêneros em histórias sem ter qualidade, apenas para coloca-los lá. E mudanças em personagens consagrados é sempre um risco enorme, principalmente mudanças tão drásticas e que mais parece ações impensadas para vender mais revistas.

Porém, ainda há esperanças. Foi anunciado que a Marvel voltará a suas "origens" com aquilo que eles chamam de "Marvel Legacy". O que será isso? Impossível saber com certeza, apenas que promete remeter as histórias clássicas da Casa das Idéias. 

Embora pareça que não seja um reboot (como o Rebirth da DC) talvez seja disso que a Marvel precise nos quadrinhos. Esqueça tantas e tantas acontecimentos malucos e dimensões e mais dimensões. Volte do zero, volte as histórias divertidas do Homem Aranha, dos Vingadores, X-Men e tantos outros personagens consagrados...

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