segunda-feira, 30 de julho de 2018

Cinema & Afins #129 | Próxima Parada: Apocalipse



Uma das mais recentes apostar da Netflix, Próxima Parada: Apocalipse (no original How is Ends), tem como força motriz o fim do mundo e uma busca no meio disso tudo. Com a direção de David M. Rosenthal, o filme traz uma boa ideia, porém talvez não executada da melhor maneira possível.


Na trama acompanhamos Will (Theo James), que deixa sua esposa Sam (Kat Graham) que está grávida em Seattle, para comparecer em uma reunião de negócios em Chicago. Lá, ele aproveita para fazer uma visita aos pais dela, porém sua relação com seu sogro (Forest Whitaker) não é das melhores. O homem o julga por ele ter se mudado para longe com sua filha, a história de um barco e também por não o achar bom o suficiente, ainda mais que ele próprio é um ex-militar. Porém, após um fiasco no jantar com seus sogros, Will acorda atrasado para seu voo e enquanto tem uma conversa com uma vídeo chamada com Sam, algo parece acontecer e a conexão cai. O caos começa a tomar conta, todos os voos são cancelados e não há mais sinal de satélite, não havendo mais televisão e celulares. Mesmo sem ter certeza da condição de Sam, Will e o sogro partem numa viagem de carro até Seattle.



A dupla então parte em meio a diversos perigos, desde pessoas que se tornam mais "selvagens" no caos, até eventos climáticos terríveis, como tempestades jamais vistas e terremotos. No caminho caminho, encontram também pessoas amigáveis, Ricki uma mecânica, acaba seguindo viagem com os dois em certo momento. Entretanto, o filme parece se perder nos desafios que coloca aos seus personagens. Era de se esperar, claro, que durante a viagem num mundo que encontra seu "apocalipse" houvesse empecilhos, porém eles se tornam excessivas, previsíveis e sem nenhum peso real. Você sabe que haverá um problema ali, que aquilo é uma cilada e algo irá dar errado. Seu desenvolvimento é tão rápido e sem nenhum aprofundamento, que acaba virando apenas "mais um encontro aleatório".

O aprofundamento real é na dupla principal, Will e seu sogro, porém há uma fórmula clichê na relação dos dois, onde o rapaz desvalorizado, tanto como par de sua filha, tanto como pessoa, acaba mostrando seu valor durante as provações que a viagem traz. Logo também, não é muito difícil prever certos destinos ao longo do caminho.

O visual do filme tem um charme, apesar de tudo. Embora todas as situações acabem virando só mais um evento ao longo da jornada, alguns cenários conseguem se destacar com excelência em determinados momentos, embora a trama seja focada em seus personagens e em sua busca e não no que aconteceu de fato, que permanece um mistério, apenas um plano de fundo, repleto de retalhos e informações misteriosas, fazendo da trama algo quase que completamente descartável, tendo com certeza seus bons momentos e garantindo um entretenimento sem grandes pretensões (suas no caso), mas que ainda está repleto de ideias mal aproveitadas e que foram usadas levianamente e tendem a, infelizmente, se tornarem só mais um filme sobre apocalipse.  

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