sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Cinema & Afins #98 | Jumanji - Bem Vindo à Selva



Talvez a melhor escolha possível ao se fazer um novo filme de Jumanji, tenha sido criar uma sequência e não um remake. Ao fazer isto, o filme conseguiu contar uma história própria, sem tomar para si a responsabilidade de fazer de novo o mesmo do seu antecessor de 1995 e ainda conseguir fazer pequenas referências necessárias, porém contando sua própria história. 


Se em sua primeira versão Jumanji apresentava um jogo de tabuleiro com a temática da natureza, onde animais reais e outros elementos apareciam magicamente assim que os jogadores rolavam os dados, criando uma situações de aventuras e realmente perigosas ao se tentar terminar o desafio (e estes era o único modo de fazê-lo parar). Porém, com o passar dos anos, o jogo de tabuleiro se tornou obsoleto e pouco atrativo, e magicamente, precisou se "atualizar", tornando-se assim, um cartucho de vídeo game, desta vez transportando seus jogadores para a selva de Jumanji e curiosamente, o mesmo lugar onde Alan Parish (Robin Willians) ficou anos e anos preso ainda no primeiro filme.



Nesta nova aventura, um grupo de jovens, Spancer (Alex Wolff), Fridge (Ser'Darius Blain), Marta (Morgan Jeanette Turner) e Bethany (Madison Iseman), totalmente diferentes entre si e pertencentes a grupos escolares distintos e até certo nível estereotipados - O Nerd, O Atleta, A Reclusa e a Popular - , se vêem presos juntos durante um castigo depois da aula e enquanto retiram grampos de revistas antigas para que elas possam ser recicladas, encontram um console antigo no depósito, que decidem jogar numa TV velha, sendo transportados assim para Jumanji.

Ao caírem no meio da selva, o grupo assume às habilidades e a aparência dos avatares escolhidos no menu do jogo. Spancer, passa de um nerd magro para a forma do explorador forte e destemido Dr. Smolder Bravestone (Dwayne Johnson); Fridge deixa de ser um atleta robusto e alto para se tornar o pequeno Moose Finbar (Kevin Hart); Marta muda da garota de postura retraída para fatal e sensual Ruby Roundhouse (Karen Gillan); enquanto que Bethany a bela e popular se transforma em Professor Shelly Oberon (Jack Black) que, segundo suas próprias palavras, é um "coroa barrigudo".



O choque de estarem em novos corpos e de serem transportados de uma escola para o meio da selva é grande e logo os personagens percebem que precisam vencer o jogo para deixarem aquele lugar e que, se suas três vidas acabarem, então irão morrer de verdade e não poderão voltar para casa. 

A parte mais previsível do filme é a auto aceitação que os personagens passam e também grande partes de seus clichês e referências, porém estes segundos elementos possuem um porquê de estarem lá. A história, que mistura muito bem aventura e comédia, apoia-se em clichês para dizer algo, geralmente satirizando vários elementos de vídeos games e afins, principalmente ao explicar, mesmo dentro da história, o que seria uma NPC (No Player Controller) ou uma cut scene, ou ainda, o mais interessante, às roupas curtas de Ruby Roundhouse, o avatar de Marta. Este é interessante pelo simples motivo de que o filme foi atacado, mesmo antes de seu lançamento, dizendo que a personagens estaria sendo sexualizada e/ou objetificada, porém a personagem faz isso cair por terra, ao dentro da história em si se auto criticar "Por que eu estou usando isto? Quem usa isso no meio da selva?"

Ainda vale ressaltar como é interessante ver os avatares ainda agindo com as personalidades de adolescentes. Um brutamontes como Bravestone ainda agindo como um nerd assustado ou um atleta acostumado a ser grande e forte num corpo pequeno e fraco do ajudante Moose Finbar. Isto é claro funciona muito bem e a interação entre todos os personagens se torna interessante e fluída e nada forçada. 

Com uma boa dose de aventura, uma ou outra sequência inesperada e com bastantes piadas em sua maioria muito bem encaixadas, Jumanji: Bem Vindo à Selva é uma grata surpresa, que mostra como acertada uma decisão de uma sequência ao invés de um remake do filme original, se atendo as umas poucas referências ao primeiro, porém muito bem encaixadas que no fim, mostra que é uma ótima pedida como um filme muito divertido, garantido muita aventura e, claro, risadas. 

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