Por muito tempo, o filme Blade Runner - O Caçador de Androides foi um fracasso e apenas anos depois passou a ser visto com outros olhos pela crítica e demais pessoas, atingindo uma estado cult. Então quando foi anunciado uma sequência para ele e depois de ver todas aquelas explosões nos trailers - o primeiro era um filme mais contido e filosófico - confesso que fiquei com um pé atrás, assim como tantos outro fãs por este mundo afora.
Isto é natural, afinal nesta onda de reboot/remakes e adaptações para o cinema, a quantidade de obras mal feitas e/ou mal representadas é enorme. Logo a responsabilidade de trazer uma sequência de algo tão admirado pela sua estética e filosofia era enorme, fora o medo de que apenas seria mais um filme num futuro distópico e cheio de explosões.
Mas não é isso que o diretor Denis Villeneuve nos mostra, e sim o que uma sequência do filme de 1982 precisava ser. Na trama conhecemos o Oficial K (Ryan Gosling), um replicante pertencente aos novos modelos e que atua como Blade Runner, caçando e "aposentando" replicantes obsoletos que fugiram. Depois de seu último trabalho, ele se depara com algo que pode mudar o mundo para sempre e consequentemente se vê no meio de uma história mais antiga, que remente a Rick Deckard (Harrison Ford), o protagonista e Blade Runner do primeiro filme.
K então sai em busca de respostas, enquanto é pressionado por sua chefe para que suma com esta história, o problema é que ele parece cada vez mais envolvido com a trama e que tudo possa estar girado em torno dele. Além disso é impossível não se apegar a K e na vida ingrata que leva. Um replicante e Blade Runner, que caça outros de "sua espécie", sofre preconceito no trabalho e no ambiente em que mora, além de sua única relação afetiva ser com uma IA holográfica.
O peso dos sentimentos dos personagens, aliados a suas motivações, fazem grande parte do quão bom Blade Runner 2049 consegue ser. Isto também inclui os antagonistas, principalmente a replicante implacável que segue no encalço de K em sua investigação sobre o passado. Aliado a isso, estão os diálogos bem construídos, ou a ausência deles e claro, uma das coisas mais icônicas do primeiro filme: a trilha sonora e a ambientação. Estamos de volta ao aranhas céus, com suas ruas iluminadas por propagandas incessantes holográficas e que desta vez a chuva interruptiva dá espaço também para a neve suja que cai, além da areia quando o diretor explora novos locais. No meio disto tudo há uma trilha sonora competente e que lembra tanto a consagrada de 1982 de Vangelis, um épico, sombrio e dramático.
Blade Runner 2049 mostra que ainda há esperança para sequência de clássicos, mostra também o respeito pela obra original e que não foi preciso copiar a mesma fórmula e sim evoluir para algo maior sem perder sua essência. É um filme denso, que te coloca num trilho em sua trama, mas que lhe joga para o outro lado sem aviso, mas que vale muito a pena ser conferido se você for fã do gênero.
Blade Runner 2049 mostra que ainda há esperança para sequência de clássicos, mostra também o respeito pela obra original e que não foi preciso copiar a mesma fórmula e sim evoluir para algo maior sem perder sua essência. É um filme denso, que te coloca num trilho em sua trama, mas que lhe joga para o outro lado sem aviso, mas que vale muito a pena ser conferido se você for fã do gênero.
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