sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Cinema & Afins #83 | A Torre Negra



Stephen King tornou-se famoso pela maior parte das pessoas como um escritor de terror, com obras como It - A Coisa, Christine - O Carro Assassino ou O Iluminado, porém o autor assina outros tipos de obras também, como Conta Comigo e A Espera de um Milagre. Caso isso não seja o bastante para mostrar sua diversidade, King possui uma série de livros de fantasia fantástica, A Torre Negra, com uma mistura de magia, robôs, faroeste e mais uma série de outros elementos, e que acaba de virar filme.


O receio sempre permeia este tipo de adaptação, ainda mais de uma série de livros tão famosa e de um autor tão famoso quanto, e não apenas por ela, mas sim por sua reputação em diversas outras histórias. Na trama mostrada no filme, conhecemos Jake Chembers (Tom Taylor), que desde a morte do pai começa a ter sonhos com um Homem de Preto, um pistoleiro e outro mundo. Impressionado com isto, ele começa a fazer desenhos estranhos sobre e a ter visões de apocalipse. Isto envolve o Homem de Preto que tenta destruir a Torre Negra, um prédio mágico e que mantém todos os mundos conectados e protegidos dos demônios que vivem ao redor. 

Jake então começa a ser perseguido por criaturas de pele falsa que o querem levar até Walter Padick, o Homem de Preto (Matthew McConaughey) e usa-lo - assim como outras crianças especiais - para destruir a Torre Negra e permitir que os demônios invadam os mundo. O garoto então parte em uma jornada fantástica em outro mundo a fim de encontrar Roland Deschain, O Pistoleiro (Idris Elba) e último membro de um linhagem de guerreiros lendários, responsáveis por proteger a Torre.



Toda esta breve descrição faz crer no potencial que esta obra teria sendo adaptada para o cinema, isto para o bem ou para o mal. E apesar de não apresentar um roteiro com controvérsias, ele é simplório demais. O senso de urgência dos personagens e suas reações às situações são questionáveis e não consegue passar ao espectador a necessidade de torcer pelos mesmos. 

Era de se esperar que fosse impossível conseguir transmitir toda a épica fantasia escrita por King para às telas do cinema, porém o longa parece com medo de abraçar o extraordinário. As paisagens exóticas do outro mundo são magnificas por poucos segundos e mal exploradas. Poucos de seus elementos únicos são mostrados com mais afinco e logo você se vê de volta ao nosso mundo.

A trama avança numa linha simples e previsível, os combates são pouco elaborados e como dito antes não passam o perigo e a urgência necessária, algumas coisas são até feitas às pressas, ao que parece. E isto vale também para o combate final que apesar de focar nas habilidades épicas e extraordinárias dos envolvidos, não empolga nem um pouco e se torna fraco e curto, soando até patético.



Não há muito o que reclamar sobre às atuações, porém elas não merecem nenhuma exaltação, são contidas e os diálogos são simplórios. Talvez um dos pontos altos, e aqui sim há colocação de falas mais inteligentes, é o choque de realidade sofrido pelo Pistoleiro quando ele chega a Terra, mas isto é o que já esperávamos que acontecesse. McConaughey ainda representa um vilão impiedoso e implacável na maior parte do filme, possui até um um maneirismo característico o que dá profundidade ao personagem, porém parece amarrado quando está prestes a se soltar de vez.

A Torre Negra é um filme contido, com roteiro simplório e diálogos pobres. Idris Elba consegue se enaltecer em algumas partes com sua atuação, e até McConaughey. O visual pode agradar os fãs da série de livros e até a maneira como conseguiram mostrar Roland recarregando sua armas em dois segundos, mas no fim, a Torre Negra não passou de mais uma adaptação de um livro para o cinema.

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