Voltando com mais Geralt de Rívia, para o segundo volume da saga do Bruxo, que começamos com a resenha lá atrás de O Último Desejo. Ainda seguindo a escolha narrativa de pequenos contos dentro do livro porém agora construindo algo maior, a Espada do Destino é uma história de fantasia medieval pura, porém sem perder sua identidade.
Voltando a explorar o mundo de Geralt de Rívia, este livro começa sutilmente a explorar elementos que se interligam, com histórias aparentemente avulsas do Bruxo. Se em o Último Desejo, temos aquele que se tornou o primeiro encontro de Geralt com Yennefer de Vanberg, agora avançamos para situações onde sua relação atingiu outro estágio, com momentos interessantes dessa história de amor improvável.
Ainda embarcamos em uma fantasia escura com uma escrita muito boa de se ler, podendo imaginar as situações muito claras e se conectar com os contínuos diálogos muito bem escritos, porém é neste livro que começamos a perceber uma transição ao estilo de Andrzej Sapkowski abandonando um pouco o ar misterioso do primeiro volume e seguindo para a saga que começa a querer construir, não há mais aquela boa sensação de estranhamento de antes, os personagens agora começam a já serem conhecidos, familiares, assim como termos e situações.
Perdendo por um lado, ganhamos em outro, uma vez que agora as motivações e atitudes criam uma montanha russa de emoções, fazendo o ódio e o amor serem separados por uma linha tênue, tendo assim a criação de personagens ricos e profundos.
Do meio para o final, novos elementos começam a serem adicionados, marcando a real transição de algo maior na história e puxando fatos do primeiro livro, criando algo mais ambicioso. Com uma nova personagem que rapidamente conquista o leitor, com seus maneirismos inocentes e cativantes, é possível perceber um futuro promissor.
O livro consegue encerrar abrindo as portas para histórias maiores e de maneira emocionante, com uma pureza incrível dos personagens (podendo causar lágrimas de emoção).
A Espada do Destino, assim como seu antecessor, ganha em construir tão bem seus personagens, porém peca em desenvolvimento do cenário. Apesar de sempre conseguir fazer o leitor ir longe com descrições e alguns nomes de locais, a verdade é que a escrita é voltada para Geralt e as pessoas que o cercam e não muito para o mundo onde tudo isto acontece.
De qualquer forma, o livro é uma excelente continuação e um ótimo inicio para o que ainda está por vir.
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